Malandro é malandro, mané é mané!

Um fenômeno capaz de pura magia, apesar da vida e das pernas tortas.

Vamos ver se eu faço esta introdução com todo jeitinho para não afrontar convicções. O fato é que, de maneira geral e infelizmente, o brasileiro faz questão de tomar para si o qualitativo de malandro, característica própria daquele que não trabalha, que lança mão de recursos “engenhosos”, frequentemente condenáveis, para tirar vantagem e se atirar nas cordas. Vamos cristalizar a ideia, malandragem é coisa de vadio!

Por aí, tá repleto de malandro que se acha mané (esperto) e, até mesmo, tem mané que de Mané não tem nada. Ah … quanta saudade do nosso mané “raiz”, o mais notório dos nossos manés. Mané Garrincha! Nos áureos tempos, quando em campo, os demais manés não tinham vez; o menino não deixava que lhe tomassem a bola, defendendo sua mascote – a bola – e ela e ele faziam diabruras que matavam as pessoas de riso e euforia. Pode-se dizer de tudo do Mané fora de campo, mas dentro de campo era pura magia.

Para não perdermos o suprassumo, a essência destes dois espécimes – malandro e mané – agarremos pelas unhas, respectivamente, as palavras: vadio e magia.

Magia, o brilho magistral a que me refiro, é fruto de muito trabalho ou produto de um dom quase divino. Em contraponto, por conta de tamanha vadiagem palaciana, vivenciamos estupefatos ao espetáculo dos horrores: calote dos precatórios; vexame da vacina; desleixo ambiental; crise hídrica; inflação em polvorosa; ondas despóticas ou autocráticas; ataques e cisões institucionais; indecorosa democracia; inexistência de plano de governo; economia em frangalhos; gastos públicos vultosos e recheados por emendas; e os brasileiros completamente divididos e, na medida do impossível, armados. Já chega, né!

O ímpeto do habilidoso Garrincha era partir pra dentro do adversário para liquidar a fatura, diferentemente desse Governo Federal omisso e covarde:

  • nega, nega e faz birra! Foge da situação como o diabo da cruz, praguejando e refutando os apontamentos científicos;
  • promove cortina de fumaça e espera inerte por uma providência divina;
  • leva “caixote” e se acha pobre coitado, diante da crise mais que anunciada; e
  • antes tarde do que nunca, já no meio do caos, surge a brilhante decisão: transferir a culpa para um dos seus desafetos. Num deles, são tantos, há de servir a carapuça e, então, entra em cena a máquina de triturar e ofender a reputação do ungido da vez.

É claro, já conhecemos a ladainha do negacionismo: tudo isto é intriga e/ou culpa da oposição ou do “bicho-papão” do comunismo (paranoia, até pensava que fosse só zoação). O exemplo arrasta pro fundo do poço, aonde prega-se se eximir de quaisquer responsabilidades e pras cucuias esse tal negócio de respeito. Só nos resta ler manifestos e notas (“cartinhas para discutir a relação”) pra lá e assistir ao distorcido “7 de Setembro” pra cá; enquanto o Brasil sucumbe abandonado a própria sorte. Tem jeito não, alguns com seu brilho inato e outros com seus seguidos desastres decorrentes da incompetência; os quais registrar-se-ão, ipsis litteris, nos anais da história. Fase ruim de manés craques ou manés estadistas.

 

Guinada na pirâmide de Maslow … até parece!

Malandro:

1. patife; gatuno; homem marginal; vadio 

2. indivíduo que não gosta de trabalhar

3. maroto

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