Olhar firme

Olhar firme que transmite também …

Peraí, peraí, peraí … não que eu seja um expert do assunto, dias desses me perguntaram o que eu acho da IA (Inteligência Artificial)? Por conta do perfil do interlocutor (tecnocrata, sou metade assim), já sabia qual era a resposta esperada e julguei por bem não ser um desmancha prazeres. Desconversei porque gaúcho não precisa de dois pra brigar, se atraca com a própria sombra. 🙂

Civilizadamente, vamos ao arranca-rabo. Vivemos um momento interessante … é sério!

Estamos sendo dominados pelas órteses que querem transformar em próteses. Órtese é um aparelho que auxilia parte do corpo, de modo a manter, aumentar ou recuperar determinada função. Prótese pode ser considerada tudo aquilo que substitui um membro ou parte do corpo perdido.

Delicado, não se trata de procurar sobreviver a uma decapitação (o que é meio difícil) mas estamos nos esbaldando com a saborosa preguiça mental de raciocínio raso (KISS – Keep it simple, stupid). Pelo visto, parar para pensar dá trabalho e mergulhar fundo exige dos neurônios, é melhor sonhar sermos capazes de delegar tal façanha para uma máquina.

Vamos lá … este negócio de decorar tabuada é risível pois temos a calculadora a mão. Noção de orientação pra quê; já que, muito além de descobrir a direção norte ou saber orientar uma carta, o navegador traça o caminho a percorrer. Caligrafia foi aptidão necessária nos idos tempos jurássicos, junto com a carta e o cheque; sem contar há a falta do corretor ortográfico, fora outras coisitas 😉 . Senso crítico, cara deixa de ser chato, se o ChatGPT ou o Bard disse que é assim, tá dito e ponto! Outra, o Midjourney veio para deixar Van Gogh “desbotado” (Vixe!), só você que é daltônico não enxerga. Esta é boa, deixa a máquina encarregada de varrer (“grepar”, leitura é pros fracos) as Normas, Gráficos, Atas e Relatórios anteriores/históricos da empresa e, depois de 5 segundos, pergunta-se, a quem, o quê fazer em dada situação? Já estou preparando meu ouvido: é tolice aprender a dirigir, em tempos de Uber e carro autônomo que nos buscam à porta.

“Gentem” … tô sentindo desorientação confusional (redução do fluxo sanguíneo, pudera); pode parar este trem que eu quero desembarcar meu corpitcho bacana.

Enquanto se propaga esta histeria tecnológica e o marketing selvagem arregaça as manguinhas, os problemas do dia a dia permanecem os mesmos, com agravantes climáticas e atenuante de um “gênio da lâmpada” digital (será?). Está explodindo um punhado de “cursinhos” de IA e, se for analisar, é só “embromation” para inglês ver. Poxa, eu não deveria falar isto, mas a pessoa sequer conhece os fundamentos lógicos (AND, OR, XOR ou mapa de Karnaugh) e já quer começar com pretensa IA. Ou, o cabra da peste é capaz de se autointitular hacker por conta de “script de bolo”, sem nunca ter se apresentado a um firewall. Já vi um filtro de média num dispositivo IoT alardeado como sendo IA (não se trata de pIAda de TIC). É ou não é, um modus operandi acéfalo?

Quer saber, não vou desembarcar da locomotiva pois ela não para; a não ser que me deem um belo chute no traseiro. Vou sentar lá no fundão, botar um fone de ouvido e, tão somente, observar com olhar firme sem o chapéu de palha. Uma hora cansam desta ladAInha tocada em uma vitrola com disco de vinil arranhado. Reconheço e admiro os trabalhos conduzidos em prol da “Inteligência Artificial” de fundamento, não esta panaceia que se mostra suja de baba por parte dos fascinados (por favor, não vista a carapuça e, por conta de UM ponto de vista, não brigue comigo pois todos estamos “esbugalhados” no mesmo trem bala – lust for life).

Digam-me que a máquina faz contagem até “zilhões” em irrisória fração de segundo que entendo na boa. Pelo santo Pai, não me diga que ela (máquina: computador) sabe o que está fazendo … que eu choro!  Google - Noto Color Emoji 15.0 (Animated)  O termo – Inteligência Artificial (IA) – foi uma tremenda infelicidade de percurso. Falando com minha psykhé, estou ruminando e degustando (fases da superação: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) pra ver se engulo ou cuspo este troço!

 

 

“Eu sonho minha pintura e, então, pinto meu sonho.” – Van Gogh

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