Potencialize-se

Descubra sua essência e pé na tábua.

O GPS a que me refiro hoje significa Guia de Potencial Singular, um interessante homônimo ao Sistema de Posicionamento Global (GPS). Sendo a coincidência intencional ou não, vejo pontos em comum pra interligar e criar conexões. Para soltar a criatividade, vamos debulhar o entendimento sobre efemérides e azimutes.

Antes do breve passeio técnico, temos que combinar o que são incógnitas e variáveis das nossas equações [1]. Não esquenta, é só compreender que as incógnitas representam as coordenadas (x, y, z) e as variáveis são as certezas temporárias – daquele momento – que nos valemos para chegar a solução. Por último, quase lá, para obter nossa posição (x, y e z) no receptor GPS, precisamos ter “certeza”: (i) da medida da distância satelital; e (ii) da posição dos satélites rastreados. A distância-raio até o satélite é calculada com base no atraso do sinal (R = v*Δt), a posição exata do satélite é atualizada por meio de mensagens chamadas efemérides e, por fim, faz-se a triangulação para o instante temporal. O que é interessante apreender é que para descobrirmos aonde estamos precisamos ter pontos de referências externos, quanto mais acurados e atualizados melhor. Tá bom, para os mais puristas não me arrancarem o couro pela simplificação, o relógio do receptor GPS também é uma incógnita e o termo mais abrangente é GNSS que engloba NAVSTAR-GPS, Galileo, Glonass e Compass/Beidou.

Já azimute é aparentemente mais simples, mas cuidado; tende a ser volátil por apontar para um ponto futuro. Regozijo-me na passagem da Alice no País das Maravilhas quando se depara com o Gato Listrado e pergunta: qual azimute que eu devo tomar? Ou será que foi qual caminho, direção ou objetivo; não lembro mais! 😉 No entanto, recordo-me muito bem da resposta: “se você não sabe para aonde ir, qualquer caminho serve”. Gente … isto é maravilhoso mas, lamento perturbar, já tá ultrapassado. No nosso mundo complexo [2], seja VUCA, BANI, PSIC ou “figital”, o azimute é fluído (em constante transformação) e o caminho pode ser deliciosamente errático. Portanto, planejar é preciso, mas sem “cor+ação”, mesmo com a direção “certa”, você dificilmente chegará em seu destino.

Deixem-me reforçar aqui pra não passar uma ideia torta: estratégia é fundamental; a um palmo trata-se de um trilho de linha férrea, porém lá no horizonte é – literalmente – apenas uma trilha de gado, sujeita a se dissipar quando chegar mais perto.

Espero ter sido capaz de passar a noção de que efemérides (localização atual das referências) tem intrínseco o conceito de precisão; e, por outro lado, azimute (aponta sua pseudo-localização futura) é algo que vai se ajustando ao longo do caminho. E, como gran finale, a dica é potencialize-se (descubra sua essência e pé na tábua): um programa para você identificar seus talentos e criar estratégias para prosperar na mudança contínua, contando com ferramentas práticas para facilitar suas escolhas. As pessoas que se encarregam de fazer girar a constelação de ideias e provocações, constantes do Guia de Potencial Singular, chamam-se Lauren Aita e Carmela Brunelli. Obrigado por inspirarem este artigo.

 


[1] Equações básicas (bê-á-bá):

R1 = [(x-x1)2 + (y-y1)2 + (z-z1)2]1/2 + c.dT

R2 = [(x-x2)2 + (y-y2)2 + (z-z2)2]1/2 + c.dT

R3 = [(x-x3)2 + (y-y3)2 + (z-z3)2]1/2 + c.dT

R4 = [(x-x4)2 + (y-y4)2 + (z-z4)2]1/2 + c.dT

[2] Melhor nem mencionar o “mundo plano” pois inviabilizaria o GNSS (Global Navigation Satellite Systems) e pode confundir, ainda mais, algumas cabeças lunares. O GNSS trata-se de um sistema fabuloso, acredito correto classificá-lo como complicado, pois é capaz de ser dissecado em partes e suas variáveis – apesar da louca matemática por trás – podem ser mensuradas. Já o mundo que nos cerca é complexo, com variáveis aleatórias e sem algoritmo capaz de predizê-lo. Diz aí IA generativa, qual a solução diante de um ambiente caótico?

  • VUCA: Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo
  • BANI: Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível
  • PSIC: Precipitação, Superficialidade, Imediatismo e Conturbação
  • “figital”: fusão do físico e digital

 

“Para se geolocalizar carece de ciência exata; já para prospectar os desafios, aposto mais no brilho dos olhos”.

 

 

1 comentário

  1. Mario Câmara em 10 de setembro de 2023 às 11:15

    uAI … tem muita tramoIA e gente se aproveitando para chamar tudo de IA. É bom abrir o olho!

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