Respira! Expira ….

Limite tolerável …

Sobre a polêmica viral de ceder a poltrona na janela para criança: sim ou não?
Pensei comigo mesmo, esta história dá um oportuno “textículo” (carinhosamente, chamo assim minhas narrativas pessoais). Conhecendo a turma que convivo, não demora muito vai aparecer um sacana: como vão os seus te*tículos? Já antecipo minha resposta-pergunta: com “x” ou com “s”?

Interferir na criação de pai e mãe é algo complicado. No entanto, também é complicado os pais que se julgam master sapientes … acham um absurdo sujeitarem-se à quaisquer colaborações externas (especializada ou não) e a criação vai que vai. Pela mais absoluta ignorância de causa, já que não tenho filho(a), pretendo sequer arranhar o nebuloso tópico da educação familiar.

Mas gostaria de abordar duas percepções do espectro cultural-social que nos assolam: (a) ausência de empatia; e (b) saber delimitar seu espaço e/ou tempo. Quem dera fosse tão simples quanto atirar uma moeda pra cima e cravar o lado: (a) ou (b)? As chances de um resultado determinístico são ínfimas, pois há um monte de variáveis nesta equação. DEPENDE … do momento, do humor, das preocupações, dores, sorte, ambiente e – até – do bater de asas de uma borboleta.

Se eu estivesse no lugar da moça na janela do avião … não sei! Em meio à estranhos, sou naturalmente carrancudo, costumo ocupar a poltrona do corredor para conseguir esticar uma perna e poder ir ao banheiro, sem importunar ninguém. Portanto, minhas chances de afrontosa proposta de troca seriam mínimas.  Quem sabe seja para evitar tais infortúnios, que há tantas pessoas que se auto-bloqueiam do ambiente circundante, por detrás de fones de ouvido,  afundados num livro ou em sono profundo disfarçado. O fato é que as pessoas ao redor não precisam – necessariamente – estar na mesma vibração dos desejos infantis do “filho pródigo” da mãe, todos a volta só aguardando para serem empáticos e gentis. Que esplendoroso País das maravilhas!

Gentem … “o seu direito termina onde começa o do outro”. Em contraponto, ouvi numa rádio gaúcha a argumentação que a birra da criança é algo que deve ser considerado normal [1], uma vez que só os adultos tem córtex pré-frontal já completamente desenvolvido e, portanto, entre eles (adultos) deveriam se acomodar nos assentos, civilizadamente. Excelente papo-cabeça de sala de aula de psicologia; mas, por favor, tratem de descer pro playground. Leva a mal não, o tal pré-frontal – cuja serventia parece questionável – falhou feio na hora da compra da poltrona de passagem do “anjinho” e na tentativa de lacração [2].

Bem, desta confusão toda, com a moeda da sorte um tanto viciada (acho que deu pra notar), tiro as minhas conclusões:
• Dai-me paciência, Senhor! Se me der força, também vou precisar de dinheiro pra fiança.
• Respira! Expira! Inspira! Expira! Inspira …
• Estabeleça seu limite tolerável, analise e – com equilíbrio – diga “sim” pra si mesmo (geralmente, significa “NÃO” ao outro).

 


Registro de provocações nas entrelinhas, mordiscando bem miudinho pra ninguém se zangar:

[1]
Até concordo que a birra seja normal, porém tudo leva a crer que o corretivo (ensinar a processar um não) passou a ser anormal. Porra, eu disse que não daria pitaco nessa seara.
[2]
Cada um conta a história de um jeito. Mas, pra complicar, a família havia comprado uns tantos assentos, dentre os quais uma janela no lado oposto do avião. O problema passou a ser que o guri queria sentar naquela janela que fora inicialmente ocupada de maneira indevida, cuja avó estava do lado. E a tentativa de intimidação e exposição (lacração) foi por parte de uma outra passageira e filha que entraram no enredo por serem xeretas. A tripulação não se envolveu. Enfim, milagrosamente, o vôo chegou ao destino.


“- Meu amigão, o que vc acha disto?

– Depende, você quer ouvir algo só o que vai agradar-lhe ou minha opinião sincera (equivocada ou não)?”

1 comentário

  1. Mario Câmara em 11 de dezembro de 2024 às 08:16

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