Jeca, Joca e Juca

Rir pra não chorar …

Quando penso que já se chegou até o fundo do poço, aparece um gaiato para apontar que o lamaçal grosso mora um palmo mais abaixo. Sabe aquele concentrado de lama nojenta, gosmenta e asquerosa que dá vontade de “chamar o raul” ou, seria, chamar uns 37 outrens.

Idolatria cega é algo do qual se deve fugir, antes que não se tenha mais volta. Arriscado botar a mão no fogo por uma criatura que não vale um vintém (PL inflacione à vontade) e se mostra incapaz de assumir a própria sombra. Só resta assistir nas redes sociais [1] o fervoroso e nervoso negacionismo, já que a cartilha oficial reza nunca admitir terem pisado na bola, a não ser diante de uma poupuda delação premiada. Afinal, como diz a arma cujo tiro mata mil, abraçado ao canhão morre o artilheiro … hurra!

Certa feita recitou o Mourão: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. É … mas dá para acolherar muita gente na lista dos “fanatizados”, palavra branda para não espezinhar dos pobres sequelados políticos. Lembro-me – vivamente – da tiazinha “rugindo” na frente do 38º BI em Vila Velha – ES, da manada acéfala (massa de manobra) do 8 de janeiro de 2023 em direção ao abate e, recentemente, do lunático “Tio França” que explodiu qualquer possibilidade de anistia, na verdade, trouxe agravo. Agora, nem dentre meus piores pesadelos, poderia imaginar que servidores públicos de escol (altos coturnos medalhados) poderiam ser capturados por tamanha estupidez ideológica e estratégica. Que trama quixotesca!

Se há uma coisa que aprendi no EB foi ser apartidário, o que não tem nada a ver com ser apolítico. Não seguir partidos, bandeirolas ou ídolos (influencers [2]) é se dar o direito ao senso crítico sempre alerta; portanto, diante de uma ordem/situação avessa aos próprios valores éticos e morais poder/saber expressar a discordância leal e se posicionar. Manifestar-se é salutar, desde que se tenha a capacidade de raciocinar, discenir e responder pelos seus atos; sem se permitir ser mero pau-mandado. Gentem … abaixo ao cercadinho!

Quanto ao ser político, estamos juntos! Nosso Brasilzão tem muito pra melhorar. Acredito não precisar me enrolar numa bandeira verde-amarela para me sentir patriota ou algo que o valha, mas talvez um olhar atento aos feitos e desfeitos dos candidatos aos cargos de poder seja um dever de casa. Cada CPF => 1 (um) voto: ato individual de impacto coletivo.

Os codinomes “J*ca” tupiniquins, permitam-me a liberdade criativa e anedótica, parecem os Três Poderes do Brasil, que a semelhança dos patetas norte-americanos, por vezes, são uma extrema comédia e capazes de trapalhadas homéricas. No entanto, basta reparar, o Juca está se destacando. Não sei se pro bem ou pro mal: (i) creio que seria bom, caso desapertem o tornozelo dos acéfalos e estrangulem de jeito o pescoço dos mandachuvas; ou (ii) péssimo se apurarem sem profissionalismo e movidos pelo revanchismo pois – no próximo Tomo – vai tudo pelo ralo que nem aconteceu com o Mensalão [3]. Como ponto positivo, aleluia, o PGR não é motivo de vergonha nacional como dantes.

Agora … sincerão mesmo: (i) deixou de vestir a farda, digo por mim, retorna a posição de cidadão civil com muito orgulho; (ii) cada um no seu quadrado, com todo respeito e consideração, militar desempenha suas missões no quartel e a farda não combina com bajulação ou difamação a autoridades; e (iii) por enquanto, vou dar uma de São Tomé (quero ver – o suprassumo do relatório de 884 páginas da PF – para crer), apesar de haver algumas publicações de mensagens inacreditáveis imputadas aos tais “caveiras” [4].

Quem viver, verá … The Good, The Bad and The Ugly.

 


Registro de provocações nas entrelinhas, mordiscando bem miudinho pra ninguém se zangar:

[1]
Vou reforçar uma percepção já registrada anteriormente. O efeito rede social carece de mais atenção e estudo. Talvez, minha análise rasteira, as pessoas tenham se achado empoderadas – como nunca antes – por “participarem” de uma live no YouTube com o PR e pude observar um verdadeiro estado de transe, expresso nos comentários como se fosse numa pregação religiosa: amém, aleluia, glória à Deus, vai que é tua Bolsonaro. Muito interessante, qualquer ponderação ou questionamento não alinhado ao proclamado era de imediato rechaçado: “o que faz aqui seu ‘ateísta/esquerdista/comunista’, some daqui!”. E assim, fez-se, semanalmente, uma bela catequese política digital.
[2]
Não me surpreendo com a falta de filtro dos influenciadores, pois estes estão se aproveitando da fama para ganhar “dindim”, seja com publicidade de negócio de fundamento ou questionável (Bet, Fatal Model ou protesto para baixar a taxa SELIC). Agora, fico horrorizado com a vulnerabilidade dos influenciáveis.
[3]
Lutei muito para não adjetivar, apropriadamente, o pai do Mensalão. É visto que ímpera a prática de condenar para depois descodenar da nossa Corte suprema, ao sabor do vento do Poder. Infelizmente, presume-se que a decisão é por conta da força política do momento.
[4]
A turma costuma ter o ego inflado por conta de um breve militar. Agora, respondendo ironicamente as indiretas aos militares: “privilégios? Vem pras Forças Armadas”.

 


“A ambição [GBN] sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.” 

  • Marquês de Maricá 

Deixa-me que te diga:

“Devíamos ter tanto medo

De mentir a nós mesmos

Como temos de ser enganados.”

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