Tolerância Zero

Tolerância ZeroEntrei numa fase de seletividade. É complicado, em razão do risco de errar na mão; porém as “ervas daninhas” consomem um tempo precioso sem retornar benefícios e, ainda, desviam do que verdadeiramente importa. Por isto, reservei um tempinho pro cri-cri para extirpá-las . Nesta balança do que vale a pena ou não, julgava sábio o ditado que diz que “política, religião e futebol não se discute”. Fruto da minha caminhada, acrescentei – receituário COVID – a lista de assuntos proibitivos de se discutir seriamente, já que se trata de paixão visceral por drogas tóxicas.

Não discutir, não quer dizer não vilipendiar. As redes sociais são como ervas daninhas, capazes de interferir decisivamente no nosso discernimento… abra o olho! Nestes tempos de pandemia (agora se fala sindemia) o terreno se mostra extremamente fértil para fazer brotar ideias exóticas. E olha… o pessoal se supera!

Dia desses fui convidado para participar de um grupo composto por integrantes do meu tempo de formação na universidade. Nossa… a felicidade foi grande de rever velhos amigos e, aos pouquinhos, cair na real ao constatar a natural transformação a que todos nós nos submetemos com o decorrer do tempo. É sacanagem não, em pleno grupo de engenheiros, descobri que somos aquinhoados com um ilustre adepto da teoria terraplanista. Diante de tal surpresa, a imaginação fica liberta e sujeita a quaisquer aberrações.

Outro amigo defende fórmulas milagrosas contra COVID-19 e se vangloria de estar entupindo seus pais com tais fármacos, avalizando ser a razão de passarem ilesos, até então. Este mesmo amigo cita já ter sido acometido da doença por duas vezes e se safado (graças à Deus, sintomas leves); ao entender dele, graças aos medicamentos. E para fechar a fatura, o figuraça retruca a utilização da máscara por já ter lido que sua utilização trás malefícios por diminuir a oxigenação. Sugeriu outras coisas, mas não ouso ser irresponsável em reproduzir. Acredito ser normal que no desespero do medo, a pessoa deve ficar meio hipocondríaca e acende uma vela para cada Santo. Cada um é cada um!

Já não tenho mais estômago para este nível de discussão. Mudei meu comportamento: nem leio ou, então, saio do grupo (há situações em que as ervas daninhas tomam conta do terreno). É interessante, digo por mim, esmero-me em me policiar para não escrever o que possa soar ofensivo; em contrapartida, joga-se na minha cara qualquer loucura. Não quero mais brincar, não!

Estou terminantemente fora e passei a ser intolerante, dando-lhes a mais sábia das respostas: o “silêncio”. Numa batalha sinistra, cada um com seu direito de se valer do “escudo” que melhor lhe aprouver, seja placebo ou não; importando-lhe, tão somente, o efeito psicológico revertido em sensação de proteção. Quer saber, cansei  dos terraplanistas e do curandeirismo, não tô nem aí… dane-se a ciência e bote toda sua fé em milagres. Apesar da intolerância, rezemos todos!

“Reaja com inteligência mesmo a um tratamento não inteligente.”

– Lao-Tsé

2 comentários

  1. Mario Câmara em 21 de maio de 2021 às 22:09

    Ser seletivo poupa energia. Válido para pessoas, lugares, notícias, conversas, informações, redes sociais, trabalho e prioridades. Foque naquilo que faz tua energia expandir. (mensagem retirada do Facebook)

  2. Mario Câmara em 19 de maio de 2021 às 14:11

    Na Índia há algumas pessoas que tomam banho de esterco de vaca, botando fé que tem efeito contra a COVID-19. Tendo este caso como referência, acredito que estejamos no lucro. Por aqui, em vez de se banhar, tem gente que toma – via oral – qualquer (bosta) droga.

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