Julgamento da trama golpista

envolvimento x comprometimento

#deu-merda… [1] tenho me reservado direito de ficar calado a respeito de assuntos políticos para evitar inimizades; principalmente, mencionar o “ben-mito” que virou maldito para alguns. Em especial, mudaram de ardor aqueles que aprontaram a ponto de merecer uma corda ornamentando o pescoço.

Pra mim (opinião), covardia já era um predicado intrínseco ao “number 01” de longa data. No entanto, além da frouxidão bateu a leseira e inflamado pelos eminências parda de plantão, o ilustre deslumbrado promoveu um enxurrada de provas contra si mesmo [2]. Breve adendo, ao assistir a sustentação oral dos advogados dos réus … “céux”, quanta bajulação os juízes tem que aturar!?

No cômputo geral, classifico o pessoal arrolado nesta baderna para reverter – na marra – o resultado das eleições (contrariando a vontade popular), em dois grupos: (a) os seguidores;  e (b) os colaboradores.

Os seguidores – pobres coitados (joio) – lembram-me muito os que encarneiram feito cordeirinhos, com mínimo esforço pra serem embretados nos cercados [3]. Trata-se da turma que se entupiu de ivermectina/cloroquina pra não virar jacaré; que se deixou emprenhar pelos ouvidos a cerca da “suposta” (por conveniência) fraude das urnas eletrônicas; e se aglomeraram na frente dos quartéis a espera de um milagre, já que faltou competência no Planalto pra garantir a reeleição. Eu diria, são os ingênuos úteis da história com limitada capacidade de discernimento e ponderação. Ou ainda, deve ser a turma do gargarejo que nas lives do “mito” vivia comentando, independente do conteúdo … amém, aleluia, axé e vai que é tua Bolsonaro!🤨

Agora, no grupo dos colaboradores, próspera o trigo que há de ser separado do joio (ervas daninhas: mera massa de manobra). Vamos ajustar a figura de linguagem, passando pro reino animal. Os colaboradores se dividem em subgrupos: [(b.1) envolvidos (“galinhas”)];  e [(b.2) comprometidos (“porcos”)].

  • Envolvidos foram aqueles que achavam todo aquele burburinho muito enobrecedor e, por que não, mandaram um PIX para a conta do miserável ex-presidente se esconder na “Disney”; ao invés de passar a faixa, feito homem. As doações renderam significativos lucros e dividendos, retornando – a posteriori – em tarifaço. Ué, diante do convite especial pra “festinha da Selma” devem ter pensado: é uma desfeita ficar de fora deste chamamento “patriota”. Uma vez na festança, todos os “galinhas” são pardos e, diante da palavra de desordem: joga “ovo”, joga pedra, joga bosta na Geni e no Zepelim.
  • Agora os comprometidos são os que estão mergulhados na lama até o pescoço. Antes da virada de mesa que esmagou os próprios pés de porco, eram os que vociferavam aos três ventos: “não percam a fé, é só o que eu posso falar”. Os “suínos” debulharam o couro cabeludo sobre o plano estapafúrdio (autoria intelectual). Até demorou, estão todos os “espertos” sem umas tiras de couro (bacon) nas costas e com o respectivo pigtail entre as pernas. Aliás, todos não, a turma do Centrão (verdadeiros espertalhões movidos pelo pragmatismo do poder [4]) se esquivou lindo desta confusão … #eu-te-disse!

É claro, falar em retrospectiva é fácil. Porém, lá atrás, três episódios me arrepiaram a espinha como se fossem prenúncios:

  1. o porta-voz do Governo saiu de cena e deixou escapar um artigo emblemático que retrata o quanto o poder inebria e paralisa a mente: Memento mori. Pouquíssimos se deram ao trabalho de ler e, muito menos, interpretar;
  2. para muitos soou como algo normal e legal mas, no meu entender, foi um “abalo sísmico” aquela decaptação do Comando da Defesa e dos Comandantes das 3 (três) Forças em detrimento de militares com maior “alinhamento” de pensamento, representando uma vexaminosa quebra hierárquica nas FFAA; e
  3. esta observação é de foro íntimo, mas calou fundo ver um Tenente Coronel – “aide-de-camp” – pendurado no parapeito de um palanque, a tirar fotos do Chefe como se fosse um paparazzi fardado-abestado. “Gafanhoto”, sua mãe não lhe ensinou a não mostrar o fundilho.

Estes sinais, à época ainda débeis, indicavam a possibilidade do caldeirão entornar. E entornou!

Que o “dito-cujo-mor” sempre foi e sempre será desbocado e destemperado, DESDE QUE por cima da carne seca, não é novidade pra ninguém. Porém, as sucessivas, erráticas e indecorosas ideias insufladas ecoavam muito, muito mais alto e grave que os palavrões. “Acabou porra” … deu no que deu … o Supremo Tribunal Federal (STF) em êxtase para classificar [5] os(as) sujeitos(as) de acordo com o nível de participação, analisar a validade das provas, aplicar a dosimetria da pena e, conforme o caso, o deleite de expedir a voz de prisão:  “teje preso, tá okay!”

A cúpula do Governo do Exmo Sr. Jair Messias B., tal como recrutas na hora do pato (Ação Penal 2668), pode ser enquadrada nos seguintes crimes: (i) organização criminosa armada; (ii) tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; (iii) golpe de Estado; (iv) dano qualificado contra o patrimônio da União; e (v) deterioração de patrimônio tombado.

Moral da história, não se permita anestesiar seu senso crítico. Sejam “ervas daninhas, gafanhotos, galinhas ou porcos” não vale a pena SE ENTERRAR por político de estimação, ideologia política cega ou pra faturar três vinténs furados do Geni (vulgo, “não coveiro”. Será?). Restando, tão somente, ouvir o sermão do capa preta: “impunidade, omissão e covardia não são instrumentos para pacificar o país.”

 

Registro de provocações nas entrelinhas, mordiscando bem miudinho pra ninguém se zangar:

[1]
O xingamento – logo de largada – foi proposital  para desestimular a leitura por parte dos extremamente “puritanos” ou camuflados por trás de preconceitos. Veja bem, nos extremos costumam habitar as maiores aberrações, radicalismos e estridências, que resultam numa diferencial capacidade de arrasto de eleitores acéfalos.
[2]
As lives e os faniquitos no palanque foram servidos ao STF, com toda pompa e circunstância, tal como “leitão assado com uma maça na boca”.
[3]
Não é por mau não, mas se a pessoa se deixa conduzir feito gado pra frente dos quartéis, imagina a facilidade de engolir desinformação.
[4]
Pragmatismo raiz e maleabilidade moral a quem está  poder. O Centrão é uma “ninhada” digna de ser estudada, por conta da percepção – extremamente exata – do momento de embarcar e abandonar a Capitânia da Esquadra. Eu diria, os políticos de “puro sangue” (entenda como quiser) pertencem ao grupo seleto do Centrão que consegue está lá e cá. SIM, é deveras errado radicalizar ou generalizar mas faltei as aulas de catecismo 😇 e gosto de empregar palavras sinônimas: “político bom é político morto”.
[5]
Sinceramente, espero que o eminente leitor – nesta narrativa – não se auto-reconheça em quaisquer classificações. Caso contrário, não vai adiantar nada ficar brabo comigo; talvez, brabo consigo … resolva alguma coisa. 😡 As pessoas tem direito de acreditar na teoria da conspiração que quiserem: (i) a pandemia foi algo inventado pela mídia tradicional; (ii) a filmagem do homem pisando na lua foi a primeira fake news em rede mundial; ou (iii) IA “pensar” é vero, agora uma urna eletrônica “saber” contar (função precípua de qualquer computador) é esdrúxulo. Tudo, tão escroto! Graças a Deus, cada um possui o livre arbítrio e podemos bradar um retumbante VIVA a surpreendente estupidez humana (servidão moral e cívica).

“CUIDADO … pra não ser um ‘geni-vai-com-as-outras'”.

 


2 comentários

  1. Mario Câmara em 17 de setembro de 2025 às 09:08

  2. Mario Câmara em 13 de setembro de 2025 às 10:59


    Lealdade versus subserviência. É difícil de entender mas “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

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